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sexta-feira, 20 de maio de 2011
Ainda bem que eu esqueci - Pricilla Camargo Diniz
Eu estou muito torta.
Eu estou quase morta.
Eu estou feliz e infeliz por isso.
Algo abriu minhas pernas e socou uma coisa diferente... um vento... uma brisa...
mas eu não queria...
Não sorria... eu chorava... porque isso era estranho.
Não entendia o cansaço.
Não entendia a dor.
E eu tinha apenas cinco anos.
Não entendia o sofrimento. Mas hoje vejo.
Dor criada. Sufoco. Nojo. Cabeça pendida.
Mas era uma criança lá.
Não me importa.
Quero a imagem morta. Morta dentro de mim. Quero esquecer.
Tenho medo. Tenho medo.
Um muro se formou para proteger as lembranças.
Esse muro foi quebrado e tudo veio à tona.
Aí de mim... aí de mim.
Banheiro. Colchão. Água correndo no chão. Credo.
Criança fingindo ser criança.
Aí de mim. Aí de mim...
Ainda bem que esqueci o rosto.
Ainda bem...
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